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BIOCURE PHARMA BIOTECHOLOGY

Papel do nutricionista nos cuidados com a pele.

Um dos aspectos cruciais no sucesso de um processo de cicatrização de feridas é o nutricional.

Para fechar uma ferida, o organismo precisa depositar colágeno na região, o que depende essencialmente de quantidade de proteína disponível.

Se a pessoa se alimenta mal ou está mesmo desnutrida, todo o processo é mais lento ou nem acontece adequadamente.

Os indivíduos com feridas crônicas exigem especial atenção de toda a equipe profissional, e recentemente, também mais especialmente, a dos nutricionistas. A desnutrição tem sido apontada como um dos principais fatores de risco no surgimento das úlceras, em particular as de pressão ou decúbito, como são chamadas. Alguns estudos relatam baixo nível de proteína (albumina) no sangue, anemia, linfopenia, redução de zinco no sangue e redução de peso corporal em pacientes com este tipo de feridas.

Um estudo de Guenter sugere que a maioria dos pacientes recém-internados com úlceras de pressão ou de decúbito severas são desnutridos, e que o uso de uma terapia nutricional agressiva é plenamente justificável.

O processo de cicatrização é a resposta dinâmica e imediata do organismo a uma lesão, para restaurar a anatomia, estrutura e função do tecido. Existem três fases neste processo, que exigem nutrientes específicos e um bom estado nutricional geral do indivíduo:

– A inflamatória, na qual a vitamina K, proteínas e aminoácidos são fundamentais.

– A proliferativa, marcada por intenso desenvolvimento das células epiteliais e fibroblastos, responsáveis pela produção do colágeno. Esta fase requer proteínas, aminoácidos, vitamina C, ferro, zinco e oxigênio disponíveis.

– A remodelação, quando ocorre o processo de maturação e estabilização da síntese e degradação de colágeno, conferindo força de tensão à cicatriz.

A nutrição adequada é um dos mais importantes aspectos para o sucesso do processo de cicatrização, pois a dinâmica da regeneração tecidual exige um bom estado nutricional do paciente e consome boa parte de suas reservas corporais. A recuperação nutricional pode trazer melhores resultados e redução no tempo de cicatrização. Breslow et al constatou que dietas hiperprotéicas podem melhorar a cicatrização em pacientes desnutridos. Neste mesmo estudo, a autora observou que os indivíduos com úlceras de pressão necessitam de mais calorias que os paciente apenas acamados.

A oferta de uma dieta hiperprotéica e hipercalórica viabilizou a cicatrização, porém não se constatou ganho de peso. Outro estudo, o de Henderson, observou-se que 65% dos pacientes com nutrição enteral prolongada apresentavam úlceras de decúbito. Apesar das fórmulas serem aparentemente adequadas, deficiências de micronutrientes e a desnutrição marasmática foram evidenciadas nestes pacientes, destacando a necessidade de uma terapia nutricional focada nas características desta população.

Pacientes idosos com úlceras crônicas em membros inferiores avaliados por Rojas e Phillips confirmaram as evidências anteriores, pois apresentavam baixos níveis de vitaminas A e E, carotenos e zinco, mostrando que deficiências nutricionais ou o consumo aumentado destes elementos podem influenciar a cicatrização.

Estes estudos deixam evidente a necessidade de um terapeuta nutricional, orientando adequadamente a dieta de cada pessoa, de forma individualizada e assim, viabilizando o processo de cicatrização, recuperando ou mantendo o estado nutricional do paciente e combatendo a formação dos radicais livres.

As fontes de nutrientes necessárias para a cicatrização de feridas são (consulte sempre o médico para saber se há alguma contraindicação ou restrição alimentar e lembre-se que cada caso é um caso):

Proteínas

Alimentos de origem animal como carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados; e os de origem vegetal como feijão, lentilha, soja, ervilha e amendoim.

Carboidratos

Cereais como milho, trigo e aveia; farinhas de milho e trigo; pães de trigo, integral e de centeio; macarrão, arroz e batata.

Vitaminas

– A: fígado, gema de ovo, folhas verdes como brócolis e espinafre, cenoura.

– C: frutas cítricas, morango, abacaxi, goiaba, melão e kiwi.

– K: fígado, óleos vegetais, vegetais de folha verde escuro como couve e espinafre.

Minerais

– ferro: fígado, carne vermelha, aves, peixes, gema de ovos, ostras e mariscos.

– zinco: carne vermelha, peixes, aves, fígado, leite e derivados, cereais integrais.

– cobre: aves, fígado, ostras, nozes, frutas secas (MAHAN & ARLIN 1994).

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